Teresópolis (RJ): quase 2,3 mil meninos e meninas voltam para a escola em 6 anos, graças à Busca Ativa Escolar

Por Comunicação, com informações da prefeitura

11.06.2025
Teresópolis (RJ): quase 2,3 mil meninos e meninas voltam para a escola em 6 anos, graças à Busca Ativa Escolar

Só em 2025, mais de 250 crianças e adolescentes foram (re)matriculadas pela equipe municipal da estratégia; SME destaca os benefícios do ambiente escolar para o desenvolvimento dos estudantes, na foto, alunos e alunas do Centro Educacional Nossa Senhora de Fátima

Quase 260 meninos e meninas foram (re)matriculados na Rede Municipal de Ensino (RME) de Teresópolis (RJ), só nos primeiros meses de 2025. Desses, 37 crianças foram localizadas por meio dos abrigos e do Centro de Recursos Integrado de Atendimento ao Adolescente (CRIAAD). Vale destacar que este é um resultado do trabalho realizado pela equipe municipal da Busca Ativa Escolar (BAE) na cidade fluminense, que aderiu à estratégia em 2019 e, desde então, já  possibilitou o retorno à sala de aula 2.258 crianças e adolescentes (até a data de apuração desta matéria e já inclusas as matrículas realizadas este ano). 

“O nosso principal objetivo é colocar as crianças na escola, para que elas tenham um caminho na vida, porque educação é essencial na vida de toda criança. É muito gratificante quando vemos que a criança voltou a frequentar a unidade escolar, fazendo amigos e aprendendo, no ambiente de onde nunca deveria ter se afastado”, afirma Carla Ribeiro, coordenadora operacional da estratégia em Teresópolis desde 2020.

A BAE é realizada, no município fluminense, com a participação das secretarias de Educação, Assistência Social (CRAS, CREAS, CRIAAD e os abrigos) e Saúde, Vara da Infância, Conselho Tutelar e Guarda Municipal . As ações de busca ativa fazem parte, inclusive, das estratégias do Plano Municipal de Educação para alcançar as metas 8 e 9, que dizem respeito à elevação da escolaridade média e da taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais, respectivamente.

“Aqui, o programa forma uma rede de parcerias. As escolas nos informam quem são os alunos fora da escola e iniciamos o contato por ligações telefônicas. A gente convoca [responsáveis] para vir até a Secretária de Educação, prepara toda a documentação e matricula a criança”, detalha Carla Ribeiro. “Também temos um número de WhatsApp para atender os casos de crianças fora da escola, por meio do qual solicitamos a documentação, que é enviada por foto. As imagens são reunidas em um PDF, que é encaminhado para as escolas e a matrícula realizada”, explica ainda.

Acompanhamento

Esses alunos e alunas (re)matriculados são acompanhados pela equipe municipal da BAE e os dados coletados são lançados na plataforma da BAE. A principal preocupação é identificar se a criança e o adolescente estão frequentando, assiduamente, as aulas. Em caso de infrequência, os responsáveis são convocados e busca-se identificar e solucionar o problema motivador das faltas.

“Tentamos solucionar os problemas através de rematrícula, trocas de turno ou encaminhamento para a EJA, de acordo com a idade do adolescente, para que o aluno deixe de ser infrequente, pois a infrequência pode levar à evasão. Então, a gente vai monitorando para prevenir que isso aconteça”, conta a coordenadora operacional da estratégia em Teresópolis.

O monitoramento das crianças e adolescentes mapeados pela equipe municipal da BAE é realizado pelo Conselho Tutelar e o CRAS, e este verifica a frequência escolar dos filhos e filhas de beneficiários do  Programa Bolsa Família. Entre as condicionalidades de quem recebe recursos do programa federal está a manutenção das crianças e adolescentes na escola. A Secretaria Municipal de Educação (SME) realiza ainda, nas escolas municipais, atendimento individuais e palestras para instruir os responsáveis sobre, entre outros assuntos, o percentual mínimo da frequência escolar.

No início de junho de 2025, a equipe municipal da BAE e a diretoria do Centro Educacional Nossa Senhora de Fátima (CENSF), situado no bairro de Araras, promoveram uma dessas reuniões com responsáveis de estudantes infrequentes. 

“Percebemos que o número de alunos infrequentes cresceu muito nesse primeiro trimestre”, comenta Rafaela Martins, diretora do CENSF. “Primeiramente, tivemos um encontro com as famílias, e numa ação mais contundente, nos unimos com a Secretaria de Educação e também o Conselho Tutelar, para ser cumprida, de fato, a frequência dos alunos, garantindo esse direito das crianças. É fundamental que a família também entenda sua responsabilidade. Lugar de criança é na escola!”, detalha.

A conselheira tutelar Thayssa Millena, que também participou da reunião realizada no centro educacional, lembra que este é um trabalho de garantia de direitos das crianças e adolescentes. “Nosso objetivo é mostrar para os pais e responsáveis o quanto é fundamental o seu filho estar dentro da escola, porque quando o aluno não está na escola, os prejuízos para a vida da família e, em especial, desse estudante, serão imensos”, completou a conselheira.


Reunião das equipes municipais da BAE, do CENSF e do Conselho Tutelar com pais e responsáveis sobre a importância da frequência escolar

Perfil dos estudantes fora da escola

Localizado a cerca de 94,3 km a norte da capital do estado, o município tem uma população estimada de 176 mil habitantes (2024), segundo o IBGE. A Rede Municipal de Ensino tem aproximadamente 21 mil estudantes matriculados – cursando desde a educação infantil até a de jovens e adultos (EJA) – em 100 estabelecimentos públicos de ensino fundamental, de acordo com a SME.

Os motivos pelos quais as crianças e os adolescentes estão fora da escola na cidade fluminense são muitos e variados. Na plataforma da BAE, o município cadastrou 34 motivos diferentes que levaram os alunos e alunas a ficar infrequente, abandonar ou evadir da escola. No entanto, o principal motivo é a ‘mudança de domicílio, viagem ou deslocamento frequentes’, registrado em 32,3% dos casos. Em segundo lugar está a evasão motivada pelo desinteresse pelos estudos (28,8%). 

“Também temos crianças de 4 anos que estão sendo matriculadas tardiamente por desconhecimento dos pais e um quantitativo de crianças com deficiências mentais. Vamos em busca dessas crianças, orientamos os pais e responsáveis e realizamos as matrículas”, conta Carla Ribeiro.

Segundo os dados cadastrados na plataforma da BAE, 31,5% dos meninos e meninos encontrados fora da escola em Teresópolis tinham de 6 a 10 anos, seguido da faixa etária de 11 a 14 anos (24,2%) e de 4 a 5 anos (23,6%). Com relação ao gênero dessas crianças e adolescentes, 50,7% são do sexo masculino.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Teresópolis.

Foto: Jorge Maravilha/SME