Rio de Janeiro enfrenta evasão escolar: Busca Ativa Escolar já reconduziu mais de 11 mil estudantes às salas de aulas neste ano
Estratégia Busca Ativa Escolar, parceira entre o UNICEF e a Undime, alcança crianças e adolescentes fora da escola
Em meio ao desafio da pandemia, a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro intensifica a busca ativa de crianças e adolescentes fora da escola ou em risco de abandono escolar. Neste ano, 11.087 crianças e adolescentes que tinham deixado as salas de aula retomaram os estudos. A Secretaria está adotando, desde o início do ano, a estratégia Busca Ativa Escolar, composta por uma metodologia social e uma plataforma tecnológica desenvolvidas pelo UNICEF e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O método tem apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e envolve profissionais de diversos setores da SME, ampliando o olhar sobre a garantia do direito à educação e sobre o lugar da escola como parte do Sistema de Garantia de Direitos. Os resultados estão sendo positivos: neste ano, até julho, foram reconduzidos 915 alunos dos 5.293 estudantes que abandonaram a escola em 2021, por necessidade de trabalhar ou desistência de vaga.
Em 2021, apenas no primeiro semestre, retornaram 11.087 estudantes – uma conquista graças à ação conjunta do núcleo central da SME com as 11 Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) e as 1.543 unidades escolares da rede.
O secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, celebra os números positivos, mas afirma que o Rio seguirá buscando mais crianças e adolescentes que estão fora das salas de aula.
“Lugar de criança é na escola. E um dos nos nossos principais esforços é buscar as crianças e os adolescentes que pararam de estudar. Sabemos que a pandemia aumentou a evasão escolar e, por isso, intensificamos o trabalho de Busca Ativa. Estamos felizes com o resultado até aqui, mas seguiremos fazendo mais. Precisamos alcançar mais crianças e adolescentes que, por diversos motivos, deixaram de estudar. Cada aluno, cada aluna importa pra gente. No Rio, Educação é prioridade máxima”, acrescenta Ferreirinha.
As estratégias para alcançar a juventude são variadas, como o contato por redes sociais; as campanhas no TikTok; a articulação com os representantes do Conselho Escola Comunidade (CEC) e com os serviços de Saúde e Assistência Social nos territórios para buscar crianças e adolescentes que estejam fora da escola ou em risco de abandono escolar.
“Diante da pandemia, é ainda mais urgente o investimento na busca ativa de crianças e adolescentes que estão fora da escola. Não podemos desistir de nenhum estudante. A pandemia impactou duramente o acesso à educação e vinculação com a escola, inclusive de crianças em fase de alfabetização. O compromisso intersetorial é essencial para evitarmos esse retrocesso”, diz Luciana Phebo, coordenadora do UNICEF no Rio de Janeiro.
As equipes das Coordenadorias Regionais de Educação que cuidam da Busca Ativa Escolar estão agora analisando as situações de abandono escolar das crianças e dos adolescentes nas Unidades Escolares. O trabalho é minucioso. Dentro do processo de investigação e identificação das questões educacionais e sociais que cercam as causas do abandono, cabe destacar: mudança de domicílio, mudança de convívio familiar, desinteresse pela escola e pelos estudos e vulnerabilidade social familiar, o que reforça a necessidade de articulação intersetorial constante para tratar as questões que atravessam a infrequência, o abandono e a evasão escolar.
Para alcançar essa conquista, a SME utilizou a Plataforma Busca Ativa Escolar do UNICEF e da Undime, alinhada com recursos institucionais da Rede Municipal de Ensino. Foram envolvidos 70 profissionais das CREs nesse processo. Esses servidores são responsáveis pelo monitoramento dos casos de infrequência, abandono e evasão escolar e operam nos encaminhamentos necessários para promover o retorno dos estudantes para a escola. Também estão sendo articuladas ações conjuntas com as Secretarias Municipais de Saúde, Assistência Social e o Conselho Tutelar.
Fonte: UNICEF Brasil
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